O governo da Itália aprovou nesta quinta-feira (13) um decreto que marca para 8 e 9 de junho o referendo que pode reduzir pela metade o prazo necessário para imigrantes solicitarem a cidadania italiana.
A votação será realizada paralelamente a outras consultas populares, inclusive uma sobre a flexibilização das leis trabalhistas no país, e ao segundo turno das eleições municipais de 2025 - o primeiro foi agendado para 25 e 26 de maio.
Com isso, o governo Meloni mantém a tradição inaugurada na pandemia de Covid-19 de estender as eleições - geralmente realizadas aos domingos - também para as segundas-feiras.
O referendo sobre cidadania foi convocado após campanha promovida pelo partido de centro Mais Europa, que defende políticas de integração de imigrantes à sociedade italiana e reuniu mais de 600 mil assinaturas em prol da causa.
Atualmente, estrangeiros com mais de 18 anos podem solicitar a cidadania após residir na Itália de forma ininterrupta durante uma década, porém o referendo decidirá se o país deve diminuir esse período para cinco anos, assim como era até 1992.
A votação, no entanto, não diz respeito ao projeto promovido pelo partido governista Força Itália (FI), do vice-premiê e ministro das Relações Exteriores Antonio Tajani, para facilitar o acesso à cidadania por parte de filhos de imigrantes e impor restrições ao princípio do jus sanguinis (direito de sangue) para ítalo-descendentes.
Segundo o Mais Europa, a mudança proposta no referendo atingiria um público de 2,5 milhões de pessoas, incluindo imigrantes que moram na Itália há pelo menos cinco anos e seus filhos menores de idade. O candidato precisaria comprovar conhecimentos intermediários de italiano e autossuficiência econômica para obter a cidadania.
"Há décadas se fala em uma reforma da lei de cidadania, que olhava para outra Itália, não à Itália de hoje", disse o secretário do partido, Riccardo Magi.
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