O italiano Marco Bianchi, um dos responsáveis pelo assassinato de Willy Monteiro Duarte, jovem negro que foi espancado até a morte ao tentar apartar uma briga, foi condenado à prisão perpétua pelo crime, enquanto seu irmão, Gabriele, pegou 28 anos de cadeia.
A decisão do Tribunal de Apelações de Roma chegou quase cinco anos depois do crime, ocorrido em Colleferro, nos arredores da capital italiana, e que provocou consternação no país por causa de sua brutalidade.
"As sentenças não vão trazer Willy de volta. Espero que esses homens apreciem o fato de estarem vivos com uma família que pode vê-los e ouvir suas vozes. Tudo o que nos resta de Willy é uma fotografia, enquanto sua voz é apenas uma memória distante", declarou a mãe da vítima, Lúcia Monteiro Duarte.
A mulher disse esperar que os irmãos Bianchi "aprendam a respeitar os outros", além de garantir que outras famílias não passem pelo mesmo terror.
Os assassinos foram condenados em primeira instância à prisão perpétua, mas tiveram suas penas reduzidas em segundo grau para 24 anos de reclusão em 2023. No entanto, o novo recurso apresentado alterou o tempo que os irmãos passarão atrás das grades.
Filho de imigrantes de Cabo Verde, mas nascido na capital italiana, Duarte era estudante de hotelaria e trabalhava como ajudante de cozinha em um hotel em Artena, vizinha a Colleferro.
Na madrugada entre 5 e 6 de setembro de 2020, tentou apartar uma briga envolvendo um amigo e foi espancado até a morte. Segundo testemunhas, alguns dos agressores até pularam sobre o corpo inerte do jovem.
Cerca de um mês depois do crime, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu uma medalha póstuma de "valor cívico" por causa do altruísmo de Willy na defesa de seu amigo.
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