O túmulo de Jean-Marie Le Pen, figura histórica da extrema direita na França e pai da política Marine Le Pen, amanheceu vandalizado nesta sexta-feira (31).
Fundador do partido Frente Nacional (hoje chamado Reunião Nacional) e candidato a presidente da República em cinco eleições, Le Pen morreu em 7 de janeiro e foi enterrado em um cemitério em La Trinité-sur-mer, na região da Bretanha.
De acordo com o eurodeputado Gilles Pennelle, do Reagrupamento Nacional (RN), citado pelo jornal Ici Bretagne, a sepultura sofreu "danos significativos", provavelmente causados por golpes de marreta.
O presidente do RN, Jordan Bardella, classificou a ação como um "ato indizível", organizado por pessoas "que não respeitam nem os vivos nem os mortos". O político declarou que está torcendo para que os responsáveis sejam encontrados e "severamente punidos pela justiça".
"Vocês destruíram o túmulo dos nossos ancestrais. Vocês acham que podem partir nossos corações, nos intimidar ou nos desencorajar? Nossa resposta será lutar contra vocês sempre e ainda mais duramente, geração após geração. Nossa determinação estará ao alcance de sua infâmia", disse Marion Maréchal, neta de Le Pen e sobrinha de Marine.
O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, classificou o ato como uma "desprezibilidade absoluta", pois o "respeito pelos mortos é o que distingue a civilização da barbárie".
Conhecido por sua postura contra imigrantes e de negação do Holocausto, Le Pen tirou a extrema direita da marginalidade política na Quinta República, mas nunca expressou arrependimento por declarações controversas, como a que definiu os massacres de judeus em câmaras de gás na Alemanha nazista como "um detalhe da história" ou a defesa da "desigualdade das raças".
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA