A Câmara Municipal de Salò, no norte da Itália, revogou nesta quarta-feira (26) a cidadania honorária concedida ao fascista Benito Mussolini em 1924.
A medida foi aprovada após ter recebido 12 votos a favor e três contrários, todos pertencentes a listas cívicas, um dos quais era próximo dos Irmãos da Itália (FdI), partido da premiê Giorgia Meloni.
A decisão foi recebida com muita celebração, mas também com algumas críticas.
"A decisão é um ato puramente ideológico e inútil. Em vez de perder tempo com revisionismos históricos deploráveis, a administração deveria lidar com as reais emergências da cidade: crise econômica, declínio do turismo, segurança, decadência urbana e manutenção de infraestruturas", criticou o grupo de extrema direita Difendi Brescia.
O prefeito de Salò, Francesco Cagnini, declarou que as "ideias representadas pela cidadania honorária de Mussolini não têm mais espaço".
"Com a revogação, nós reafirmamos os princípios e valores constitucionais que devem ser compartilhados por todos, reafirmados várias vezes e que são altamente 'cívicos', ou seja, patrimônio de todos. A revogação é um passo que não merece mais palavras, justificativas ou mesmo julgamentos, simplesmente e evidentemente tinha que ser feito", afirmou.
A cidade ganhou fama mundial com a "República de Salò", nome fantasia da República Social Italiana, proclamada por Mussolini em 1943, mas que era um governo fantoche da Alemanha nazista no norte da Itália durante a parte final da Segunda Guerra.
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