Embora esteja hospitalizado há mais de 10 dias em Roma, na Itália, o papa Francisco fez um apelo para que as pessoas usem a Inteligência Artificial (IA) com responsabilidade.
O líder da Igreja Católica, que luta contra uma pneumonia bilateral provocada por uma infecção polimicrobiana, enviou a mensagem para os mais de 500 participantes de um congresso em Lima, no Peru, sobre a prevenção de abusos na Igreja.
O pontífice de 88 anos avaliou que a internet desenvolveu uma sensação de impunidade e acrescentou que a IA eleva as chances de que os indivíduos não sejam responsabilizados por visualizar, coletar e disseminar materiais inapropriados, bem como por produzir conteúdos sintéticos, composto por materiais já existentes no ciberespaço.
"Não tendo nossa mão na produção desses materiais se poderia criar a falsa ilusão de que não somos nós que estamos 'fazendo' algo vergonhoso: atacando uma pessoa, roubando uma imagem, usando um conceito ou ideia de outra pessoa, expondo algo íntimo que deveria permanecer na esfera privada da pessoa. Contudo, isso não é verdade, a máquina executa nossas ordens, realiza, não toma as decisões, mas está programada para fazê-lo", afirmou o líder da Igreja Católica.
A mensagem de Francisco, que foi lida pelo núncio apostólico no Peru, monsenhor Paolo Rocco Gualtieri, listou os danos que podem resultar do uso malicioso e irresponsável da IA. O Papa acrescentou que os responsáveis por tornar essas tecnologias mais seguras são tanto os usuários quanto os desenvolvedores.
Diante dos desafios da luta contra os abusos na Igreja, o religioso alertou que um dos pilares para isso é dar "voz a Deus e às vítimas que imploram", principalmente "para que haja consciência do mal que está sendo feito" e, ao mesmo tempo, "revelar a mentira de se esconder atrás da tecnologia".
Por fim, o pontífice solicitou que os criadores dessas tecnologias e as autoridades competentes "imponham limites e regras claras e concretamente mensuráveis que permitam que seu uso nocivo ou criminoso seja punido".
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