O papa Francisco recebeu no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o substituto para Assuntos Gerais, Edgar Peña Parra.
De acordo com nota divulgada pela Santa Sé nesta terça (25), a reunião ocorreu na última segunda-feira (24). Essa foi a primeira vez que o pontífice teve compromissos oficiais na agenda desde sua internação, em 14 de fevereiro.
O Papa também recebeu uma visita da premiê da Itália, Giorgia Meloni, na última quarta (19), mas fora da agenda.
No papel de secretário de Estado, o italiano Parolin comanda o dicastério mais importante da Cúria Romana e é tido como uma espécie de "primeiro-ministro" ou "número 2" do Vaticano, abaixo apenas do pontífice.
Já o venezuelano Peña Parra é o equivalente a um "chefe de gabinete" de Jorge Bergoglio, que está internado há 11 dias com uma pneumonia provocada por uma infecção polimicrobiana.
Durante a reunião, o pontífice autorizou o Dicastério para as Causas dos Santos a promulgar uma série de decretos, incluindo um que reconhece a "oferta de vida" do policial italiano Salvo D'Acquisto, assassinado em setembro de 1943, por soldados da Alemanha nazista, ao assumir a responsabilidade por uma explosão que havia matado dois militares alemães na Itália ocupada, embora não tivesse relação com o caso.
Com isso, D'Acquisto evitou que mais de 20 civis fossem mortos pelos nazistas, que os culpavam pelo episódio. A "oferta de vida" foi reconhecida pelo próprio Francisco como um possível caminho para a beatificação daqueles que se sacrificam em benefício do próximo. Dessa forma, falta apenas a comprovação de um "milagre" para o policial virar beato.
Estado de saúde
De acordo com boletim médico divulgado pelo Vaticano na noite de segunda-feira, a condição do Papa ainda é "crítica", mas teve uma "leve melhora", sem novas crises respiratórias asmáticas, com evoluções em exames laboratoriais e uma insuficiência renal que "não causa preocupação".
"A oxigenoterapia prossegue, mesmo que com fluxos e porcentagem de oxigênio ligeiramente reduzidos", afirmou o comunicado, acrescentando que Francisco "retomou as atividades de trabalho e recebeu a Eucaristia".
Além disso, o pontífice também retomou a rotina de telefonar diariamente para a Paróquia da Sagrada Família, na Faixa de Gaza, para expressar solidariedade.
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