O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (27) que a Ucrânia contará com uma "força de garantia" formada por diversos países europeus no caso de um cessar-fogo com a Rússia.
A proposta é liderada por Paris e pelo Reino Unido e busca servir como dissuasão contra "potenciais agressões russas" no futuro.
"Haverá uma força de garantia com diversos países europeus. Essas forças de garantia são uma proposta franco-britânica desejada pela Ucrânia", disse Macron após uma reunião de mais de 20 nações aliadas de Kiev em Paris.
O presidente reconheceu que o plano "não tem unanimidade hoje", mas salientou que esse não é um pré-requisito para seguir em frente com a proposta. As tropas, segundo Macron, serão deslocadas para "locais estratégicos" da Ucrânia no caso de um cessar-fogo, mas "não serão forças de manutenção da paz, não estarão presentes na linha de contato nem substituirão o Exército" de Kiev.
Macron ainda confirmou que uma delegação franco-britânica viajará à Ucrânia nos próximos dias para discutir a proposta e o futuro das Forças Armadas do país, que pleiteia garantias de segurança internacionais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter fechado as portas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para Kiev.
"A Europa está se mobilizando como não se via há décadas", disse o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, que também participou da reunião em Paris. No entanto ele admitiu que o debate sobre o envio de tropas ainda é "prematuro", uma vez que Moscou e Kiev estão longe de um acordo de paz.
Se não há consenso sobre a tal "força de garantia", os países participantes da cúpula foram unânimes em rejeitar a revogação de sanções impostas à Rússia desde o início da guerra. "Não tem sentido antes que a paz seja alcançada de forma clara", declarou Macron, que acusou o regime de Vladimir Putin de "fingir" que está negociando e foi ecoado pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
"A Rússia não deseja nenhum tipo de paz", reforçou o líder ucraniano em Paris.
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