A Suprema Corte de Justiça de Israel suspendeu nesta sexta-feira (21) a demissão do diretor do serviço de segurança interna Shin Bet, Ronen Bar, enquanto analisa as ações apresentadas para impedir a saída do dirigente.
Segundo o tribunal, as petições assinadas por partidos de oposição e pela ONG Movimento por Qualidade Governamental serão avaliadas até o dia 8 de abril, em um caso que aumentou o descontentamento da população com o premiê Benjamin Netanyahu, que diz não ter mais confiança em Bar.
A oposição, por sua vez, afirma que a demissão do chefe do Shin Bet representa um conflito de interesses, uma vez que o órgão investiga membros do gabinete de Netanyahu por suposto recebimento de dinheiro do Catar para fazer propaganda do país árabe. Além disso, adversários acusam o primeiro-ministro de promover uma deriva autoritária.

Bar deixaria o cargo em 10 de abril, no que seria a primeira vez na história que o diretor do departamento de inteligência doméstica é demitido pelo governo israelense, que também discutirá uma moção de desconfiança contra a procuradora-geral Gali Baharav-Miara, crítica de Netanyahu.
As investidas contra Bar e Baharav-Miara alimentaram uma manifestação com milhares de pessoas diante da residência do premiê e do Parlamento na noite da última quinta-feira (20).
O próprio Bar disse que sua demissão foi motivada pelos "interesses pessoais" do primeiro-ministro, e até o presidente Isaac Herzog criticou "movimentações controversas" que "aprofundaram as divisões" em Israel em meio à retomada dos conflitos na Faixa de Gaza.
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