O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o italiano Filippo Grandi, alertou nesta quinta-feira (20) que os cortes das operações de ajuda humanitária colocarão milhões de pessoas em risco.
O comunicado divulgado pela agência, que não chegou a mencionar nenhum país, ainda afirma que as consequências para os indivíduos que mais precisam de assistência vão ser "imediatas" e "devastadoras".
"Mulheres e meninas refugiadas em risco extremo de estupro e outros abusos já estão perdendo acesso aos serviços que as mantinham seguras. As crianças estão ficando sem professores ou escolas, o que as leva ao trabalho infantil, ao tráfico ou ao casamento precoce. Comunidades de refugiados terão menos abrigo, água e comida", alertou a nota.
O responsável pelo Acnur acrescentou que os recentes cortes de financiamento "tornarão o mundo menos seguro", além de levar cada vez mais pessoas ao desespero.
"Com menos financiamento, menos funcionários e uma menor presença em países que hospedam refugiados, a equação é simples: vidas serão perdidas. Isto não é apenas um déficit de financiamento, é uma crise de responsabilidade. O custo da inação será medido em sofrimento, instabilidade e futuros perdidos. Apelamos aos Estados-membros para que honrem seus compromissos com as pessoas deslocadas. Agora é hora de solidariedade, não de recuo", finalizou.
Após Donald Trump ter assumido a presidência dos Estados Unidos e ordenado a suspensão de assistências financeiras a programas no exterior por 90 dias, as agências da ONU precisaram reduzir atividades de ajuda humanitária em todo o mundo.
Somente o Acnur, por exemplo, é responsável pela assistência humanitária a 122 milhões de refugiados em 136 países.
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