Após a conclusão da primeira fase do cessar-fogo na Faixa de Gaza e com as negociações travadas, o governo israelense suspendeu neste domingo (2) a entrada de ajuda humanitária no enclave palestino e fechou as travessias.
"Israel não permitirá o fim das hostilidades sem a libertação de nossos reféns. Se o Hamas continuar com sua recusa, haverá mais consequências", informou o gabinete do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, mencionando a insistência do grupo em não aceitar o chamado "plano Witkoff", que prevê a prorrogação da trégua durante o Ramadã e a Páscoa judaica, em abril.
O Hamas afirmou que a decisão de Israel desrespeita o direito internacional, além de ter recordado que impede a distribuição de remédios e alimentos para diversos cidadãos de Gaza que estão necessitados destes bens.
O grupo fundamentalista islâmico também pediu aos países mediadores que forcem "Israel a reverter sua decisão de suspender a passagem de ajuda humanitária" para o enclave.
"A decisão de Netanyahu de bloquear a entrada de ajuda humanitária em Gaza é uma extorsão barata, um crime de guerra e um ataque flagrante ao acordo de cessar-fogo", acusou o Hamas.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, chamou os repetidos alertas do movimento sobre o risco de fome em Gaza de "mentirosos". "Quero deixar claro: não haverá refeições gratuitas em Gaza.
Se o Hamas acha que é possível continuar o cessar-fogo ou aproveitar as condições primeira fase do acordo sem que peguemos os reféns, eles estão muito enganados. E é preciso enfatizar: o Hamas tem o controle de todos os suprimentos enviados. Eles maltratam a população que tenta receber a ajuda, atiram nelas e transformam a ajuda em um orçamento para o terrorismo contra nós", afirmou Netanyahu.
A Defesa Civil da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, relatou disparos de artilharia e ataques de tanques na área de Khan Yunis, sobretudo nos arredores da cidade de Abassan al-Kabira.
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