O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (26) que é alvo de um "teatro processual disfarçado de Justiça", ao comentar a aceitação da denúncia contra ele por golpe de Estado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Estão com pressa. Muita pressa. O processo contra mim avança a uma velocidade 14 vezes maior que o do Mensalão e pelo menos 10 vezes mais rápida que o de Lula na Lava Jato", disse o ex-mandatário em uma longa publicação no X.
"A motivação não é jurídica, mas política: o tribunal tenta evitar que eu seja julgado em 2026, pois querem impedir que eu chegue livre às eleições porque sabem que, numa disputa justa, não há candidato capaz de me vencer", ressaltou Bolsonaro, que está inelegível até 2030, independentemente do resultado do processo no Supremo.
"Estamos diante de um julgamento com data, alvo e resultado definidos de antemão. Algo que seria um teatro processual disfarçado de Justiça. Não um processo penal, mas um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política e eleitoral do país", acrescentou.
Segundo Bolsonaro, ele é alvo de um "julgamento político, conduzido de forma parcial, enviesada e abertamente injusta por um relator completamente comprometido e suspeito [Alexandre de Moraes], cujo objetivo é se vingar, me prendendo e me retirando das urnas".
"É o mesmo roteiro que se viu na Nicarágua e na Venezuela. Perseguição seletiva, acusações vagas de 'extremismo' ou de 'ameaça à democracia' e a tentativa de eliminar a oposição por via judicial", concluiu Bolsonaro, que é acusado de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.
Se for condenado, ele pode pegar mais de 30 anos de cadeia.
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