A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD) trouxe um dado alarmante sobre o futuro do planeta: mais de três quartos das terras emersas (situadas acima do nível do mar) tornaram-se mais áridas nos últimos 30 anos devido ao efeito estufa, afetando 2,3 bilhões de pessoas. O Brasil está entre as regiões mais atingidas.
O relatório da UNCCD destacou que até o final do século 21 o número de pessoas em zonas áridas pode superar 5 bilhões. Apesar dos vários relatos de tempestades e enchentes em todo o mundo, os dados publicados indicam que 77,6% das terras emersas tornaram-se mais secas nas últimas décadas, um crescimento de 4,3 milhões de quilômetros quadrados, área pouco menor que a metade da Europa.
"Pela primeira vez, a crise de aridez foi documentada com clareza científica, revelando uma ameaça existencial que afeta bilhões de pessoas em todo o mundo. Os climas mais secos que agora afetam vastas terras não voltarão a ser como antes, e esta mudança está redefinindo a vida na Terra", alertou Ibrahim Thiaw, secretário executivo da UNCCD.
Segundo o estudo, o Brasil está entre as regiões mais afetadas pela aridez, que também atinge quase toda a Europa, partes dos Estados Unidos, da Ásia oriental e da África central.
"À medida que vastas áreas do mundo se tornam mais secas, as consequências da inação tornam-se cada vez mais graves, e a adaptação já não é uma opção, mas um imperativo", advertiu Barron Orr, responsável técnico da UNCCD.
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