O poder Executivo da União Europeia decidiu adiar as retaliações contra o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço e o alumínio importados, com o objetivo de dar mais tempo para o diálogo.
As medidas de represália foram anunciadas em 12 de março e consistem na reativação de tarifas impostas durante o primeiro governo Trump - atualmente suspensas - a partir de 1º de abril, além de um segundo pacote contra bens industriais e agrícolas, previsto para entrar em vigor em meados do mês que vem.
Agora a Comissão Europeia decidiu unificar as duas datas, de modo a permitir "consultas com os Estados-membros sobre as duas listas contemporaneamente". "Assim teremos mais tempo para discutir com o governo americano", disse o porta-voz de Bruxelas para comércio, Olof Gill.
Segundo ele, a UE deseja um "diálogo construtivo para evitar prejuízos desnecessários para as duas economias".
As tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio entraram em vigor em 12 de março, quando a UE anunciou que taxaria produtos americanos, como uísque, barcos, carnes, derivados de leite e itens de higiene pessoal, em retaliação.
No entanto países como Espanha e Itália pressionaram pelo adiamento das contramedidas em prol das negociações - a premiê italiana, Giorgia Meloni, disse na última quarta (19) que a Europa tinha de evitar "cair na tentação das represálias, que se tornam um ciclo vicioso no qual todos perdem".
"A mudança representa um ligeiro ajuste no prazo e não diminui o impacto de nossa resposta", garantiu Gill.
Além das tarifas contra o aço e o alumínio, Trump já prometeu taxar outros produtos europeus em 25% e ameaçou impor uma alíquota de 200% contra bebidas alcoólicas se a UE não desistir de uma cobrança de 50% contra o uísque americano.
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