O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira (12) que "antes de tudo, Moscou precisa receber informações detalhadas dos Estados Unidos sobre as negociações de ontem em Jidá com a delegação ucraniana". O comentário refere-se ao acordo de cessar-fogo de 30 dias anunciado pelas partes durante encontro na última terça (11) na Arábia Saudita.
"Nestes dias, ampliamos nossos contatos com os EUA, durante os quais contamos em receber informações completas", disse Peskov, acrescentando ainda que o Kremlin não exclui a possibilidade de uma nova conversa telefônica entre os presidentes russo e americano, Vladimir Putin e Donald Trump, nos próximos dias.
"Caso haja necessidade, [o telefonema] será organizado muito rapidamente, já que os atuais canais de diálogo com os americanos permitem realizar [uma conversa] o mais breve possível", declarou o porta-voz citado pela Interfax.
A rodada de negociações sobre uma trégua na guerra na Ucrânia entre diplomatas de Kiev e de Washington também trouxe um pronunciamento da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
Segundo ela, "o posicionamento de Moscou [a respeito de um eventual cessar-fogo] vem de dentro da Federação Russa" e "não de acordos determinados no exterior ou dos esforços de algumas partes".
Nas últimas horas, Rússia e Ucrânia seguiram com ataques entre si. De acordo com as forças aéreas de Volodymyr Zelensky, Moscou atacou o país com três mísseis balísticos iskander-M e 133 drones de vários tipos, incluindo um shahed 136, conhecido como "kamikaze". Os bombardeios aconteceram nas regiões de Kharkiv, Poltava, Sumy, Chernihiv, Cherkasy, Kiev, Zhytomyr, Khmelnytskyi, Vinnytsia, Ternopil, Rivne, Dnipropetrovsk, Zaporizhzhya, Odessa e Kherson.
Ao menos cinco pessoas morreram nos ataques russos, sendo quatro cidadãos da Síria.
Já o Ministério da Defesa de Moscou, afirmou que foram abatidos durante a noite 21 drones ucranianos nas regiões de Bryansk, Kursk, Kaluga e Crimeia.
Ontem, ao menos três pessoas faleceram no que foi considerado o "pior ataque da Ucrânia em Moscou desde o início da guerra", há três anos, cujas forças de defesa abateram 91 drones na região metropolitana.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, espera que a paz seja atingida após o encontro ocorrido ontem em território saudita.
"As negociações de Jidá são um importante passo dado para se chegar a uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Uma paz que a Europa quer contribuir na construção", afirmou o italiano, informando ainda que "o cessar-fogo e a retomada da proteção militar americana a Kiev estarão entre as primeiras temáticas que os ministros das Relações Exteriores do G7 discutirão no Canadá com o secretário de Estado americano, Marco Rubio".
"Queremos que a agressão da Rússia contra a Ucrânia cesse o mais rápido possível. Nós, europeus, podemos atingir este objetivo junto com os americanos", declarou Tajani.
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