Enquanto promove uma campanha de deportação em massa de imigrantes em situação irregular, sobretudo latino-americanos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu cidadania facilitada para fazendeiros da África do Sul que queiram "fugir" do país.
A medida chega em meio a uma reforma agrária promovida pelo governo do presidente Cyril Ramaphosa, que prevê a possibilidade de expropriação de terras sem a necessidade de indenizações, como nos casos de inutilização ou de risco para as pessoas.
"A África do Sul está sendo terrível para fazendeiros de longa data no país. Eles estão confiscando terras e fazendas e fazendo muito pior que isso", escreveu Trump na rede social Truth.
"É um lugar ruim para estar agora, e estamos interrompendo todos os financiamentos federais. Para dar um passo além, qualquer fazendeiro (com família!) buscando fugir do país por razões de segurança será convidado aos Estados Unidos da América com um caminho rápido para a cidadania. Esse processo começará imediatamente", acrescentou.
A reforma agrária no país africano busca reverter o legado do apartheid, cujas políticas de segregação racial privaram negros de suas terras e as entregaram para a minoria branca, situação que se reflete até os dias de hoje.
Um dos expoentes do governo Trump é o bilionário Elon Musk, nascido na África do Sul e que cresceu no seio de uma família branca e rica durante o apartheid. Chefe do Departamento de Eficiência do governo americano, ele agora acusa seu país natal de promover um "genocídio" contra brancos, que controlam cerca de 75% das terras, enquanto representam 7% da população nacional.
No mês passado, quando Trump tocou no assunto pela primeira vez, Ramaphosa negou que o governo estivesse confiscando fazendas e disse que a Lei de Expropriação era apenas um "processo legal e constitucionalmente obrigatório" para garantir "o acesso público à terra de forma justa e equitativa".
Ainda de acordo com o presidente, os únicos recursos americanos recebidos pela África do Sul eram destinados a uma iniciativa de combate à Aids que correspondia a 17% do programa do país contra o HIV.
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