O Ministério das Relações Exteriores acredita que a agenda de direitos humanos e da mulher pode ter uma "baixa" no Mercosul a partir da presidência pro tempore do mandatário argentino, Javier Milei, no bloco.
"Pelo que tenho acompanhado, é evidente que temas relacionados a direitos humanos, mulheres e povos indígenas podem, talvez, receber menor prioridade e não avançar muito", afirmou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, durante coletiva de imprensa.
O governo argentino é crítico do Instituto de Políticas Públicas e Direitos Humanos (IPPDH) do Mercosul e defendeu a redução de sua estrutura, proposta rejeitada pelo Brasil.
Milei assumirá a presidência semestral do Mercosul na próxima sexta-feira (6), durante a cúpula de Montevidéu, no Uruguai e conduzirá o bloco até julho de 2025, quando será sucedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Padovan destacou que, durante a gestão argentina, a agenda de direitos humanos pode "não avançar muito, mas, no Mercosul, é muito difícil retroceder". "As coisas estão muito consolidadas.
Temos o instituto de direitos humanos, o instituto social e outros órgãos independentes", salientou.
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