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Após massacre, Síria conclui operação militar no oeste do país

Após massacre, Síria conclui operação militar no oeste do país

Mais de 970 civis alauítas foram executados, incluindo crianças

ROMA, 10 de março de 2025, 09:18

Redação ANSA

ANSACheck
Confronto no litoral sírio matou mais de 1,4 mil pessoas © ANSA/AFP

Confronto no litoral sírio matou mais de 1,4 mil pessoas © ANSA/AFP

Mais de 970 civis alauítas foram mortos na Síria pelas forças de segurança e grupos aliados ao governo sunita do país desde o último 6 de março, diz o novo balanço publicado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos nesta segunda-feira (10). Também hoje, o Ministério da Defesa da nação anunciou o fim da operação militar nas províncias de Latakia e Tartus, onde aconteceram os massacres.
    Em declaração à agência oficial de notícias Sana, o porta-voz do Ministério da Defesa, Hassan Abdul Ghani, afirmou que as forças de segurança conseguiram neutralizar ameaças à segurança vindas de "ataques dos remanescentes do regime" do presidente deposto Bashar al-Assad, de vertente alauíta.
    "Fomos capazes de absorver os ataques dos remanescentes do regime derrubado e seus oficiais" e expulsá-los de locais "vitais", disse Ghani, declarando "o fim da operação militar".
    Os conflitos no oeste do país tiveram início na última quinta-feira (6) entre as forças de segurança e homens armados leais a Assad, deixando um saldo de pelo menos 1.454 mortos, segundo o Observatório, dos quais, 973 são civis alauítas, 231 são agentes de segurança e 250 são combatentes pró-Assad.
    De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os atentados mataram ao menos 13 crianças e um bebê de seis meses.
    O presidente interino sírio, Abu Mohammed al-Jolani, responsável por derrubar o regime Assad em dezembro de 2024, prometeu "responsabilizar, firmemente e sem clemência, qualquer um que esteja envolvido no derramamento de sangue de civis".
    "Não haverá ninguém acima da lei e qualquer um cujas mãos tenham sido manchadas com o sangue dos sírios enfrentará a justiça mais cedo ou mais tarde", disse ele.
    O confronto, apontado como uma tentativa de limpeza étnica e genocídio por organizações ligadas aos direitos humanos, gerou reações de diversas nações. O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, reforçou em entrevista ao jornal Corriere della Sera que Roma deseja que "seja mantida a integridade territorial síria em relação a todas as comunidades, que devem conviver e colaborar de modo pacífico".
    Já o porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, disse que "não existe justificativa para atacar membros das minorias alauítas, cristãs e drusas".
    Em comunicado, a Rússia disse estar "muito preocupada com as manifestações de violência" na Síria.
   

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