Marine Le Pen, líder do partido Reagrupamento Nacional e figura histórica da extrema direita na França, declarou que "nunca se perdoará" por ter expulsado seu pai, Jean-Marie Le Pen, da legenda, quando ela ainda era denominada como Frente Nacional.
Os comentários da política francesa foram feitos dois dias após o funeral de seu pai, morto há quase uma semana.
Jean-Marie, que faleceu aos 96 anos, foi expulso em 2015 pela própria filha da legenda que fundou em razão da sua postura antissemita.
"Nunca me perdoarei por essa decisão, porque sei que lhe causou uma dor imensa. Vou me perguntar até o fim da minha vida se poderia ter feito diferente", revelou Le Pen em entrevista ao Journal du Dimanche.
A advogada francesa acrescentou que retirar do pai o título de "presidente honorário" do Frente Nacional "foi uma das decisões mais difíceis" da sua vida.
Conhecido por sua postura contra imigrantes e de negação do Holocausto, Jean-Marie fundou o Frente Nacional no início da década de 1970 e foi candidato a presidente da República em cinco eleições.
Com suas campanhas presidenciais, o francês tirou a extrema direita da marginalidade política na Quinta República, mas ele nunca expressou arrependimento por declarações controversas, como a que definiu os massacres de judeus em câmaras de gás na Alemanha nazista como "um detalhe da história" ou a defesa da "desigualdade das raças".
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