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Ainda internado, Papa critica neoliberalismo e 'lei do mais forte'

Ainda internado, Papa critica neoliberalismo e 'lei do mais forte'

Francisco enviou mensagem para Pontifícia Academia para a Vida

VATICANO, 03 de março de 2025, 11:19

Redação ANSA

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Papa Francisco em audiência no Vaticano em 23 de outubro de 2024 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Papa Francisco em audiência no Vaticano em 23 de outubro de 2024 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Ainda internado com pneumonia, o papa Francisco enviou uma mensagem à Assembleia-Geral da Pontifícia Academia para a Vida, órgão científico do Vaticano, na qual critica o neoliberalismo e aponta a "progressiva irrelevância dos organismos internacionais".
    Divulgado nesta segunda-feira (3), o texto foi preparado em 26 de fevereiro e é assinado do Policlínico Gemelli, em Roma, uma forma de o pontífice de 88 anos mostrar que continua ativo, apesar de seu delicado estado de saúde.
    Na mensagem, o Papa aborda o conceito de "policrise", ou seja, uma multiplicidade de emergências simultâneas, como "guerras, mudanças climáticas, problemas energéticos, epidemias, fenômeno migratório e inovação tecnológica".
    "O entrelaçamento dessas questões críticas, que afetam simultaneamente diferentes dimensões da vida, nos leva a questionar o destino do mundo e nossa compreensão dele", declarou Francisco.
    Mas, segundo Jorge Bergoglio, "não será a tecnocracia que nos salvará". "Apoiar uma desregulamentação utilitarista e neoliberal planetária significa impor a lei do mais forte, e esta é uma lei que desumaniza", acrescentou.
    Na mensagem, o pontífice também indicou uma "progressiva irrelevância dos organismos internacionais, que são minados por posturas míopes, preocupadas em proteger interesses particulares e nacionais".
    "No entanto devemos continuar a trabalhar com determinação em prol de organizações mundiais mais eficazes, dotadas de autoridade para garantir o bem comum mundial, a erradicação da fome e da miséria e a defesa dos direitos humanos fundamentais", salientou o Papa, que defendeu um "multilateralismo que não dependa das circunstâncias políticas mutáveis ou dos interesses de poucos".
    "Trata-se de uma tarefa urgente e que diz respeito à humanidade inteira", disse. Francisco está internado desde 14 de fevereiro com pneumonia bilateral e ainda apresenta um quadro clínico delicado, porém estável nos últimos dias.
   

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