A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou Israel de atos de genocídio e extermínio por privar palestinos na Faixa de Gaza do acesso à água e a serviços básicos de higiene necessários à sobrevivência. O governo de Benjamin Netanyahu negou os crimes.
Em um relatório de 179 páginas publicado nesta quinta-feira (19), a HRW afirmou ter descoberto que as autoridades israelenses privaram intencionalmente a população de Gaza do acesso à água potável e aos serviços de higiene básicos.
"As autoridades e as forças israelenses interromperam e seguiram limitando a água corrente em Gaza, assim como a maior parte da infraestrutura hídrica e higiênico-sanitária e de materiais para a purificação da água. Também bloquearam a entrada de materiais hídricos essenciais", diz o documento.
O relatório teve como base entrevistas com 66 palestinos do enclave, quatro funcionários da Empresa de Água dos Municípios Costeiros (CMWU) da região, além de 31 agentes sanitários e 15 colaboradores de agências das Nações Unidas e organizações humanitárias internacionais.
Para a conclusão, a HRW também analisou imagens de satélites, fotografias e vídeos realizados entre o início do conflito, em outubro de 2023, e setembro de 2024, assim como relatos de médicos, epidemiologistas, organizações humanitárias e especialistas em água e serviços higiênicos.
"Os governantes e as organizações internacionais deveriam adotar todas as medidas para prevenir o genocídio em Gaza, como a suspensão da assistência militar [a Israel], a revisão dos acordos bilaterais e das relações diplomáticas e o apoio à Corte Penal Internacional", disse a HRW.
O governo israelense negou as acusações, dizendo que o material divulgado está "repleto de mentiras". "A HRW está mais uma vez divulgando acusações de sangue a fim de promover sua propaganda anti-Israel. Esse relatório está cheio de mentiras assustadoras, mesmo para os padrões já baixos da HRW", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do país, citado pelo Times of Israel.
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